Bem, eu sempre fui uma pessoa muito ativa, trabalhava, estudava, malhava, saía, filho, casa, marido e por aí vai...
Passei no concurso da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e sou professora de lá desde 2002, formada em Letras Português/Inglês desde 2000, casada com o Alan desde 2005, com um lindo filho de cinco anos e muito trabalho à fazer! Repentinamente vi a minha vida mudar, e foi aí que descobri que no meu dicionário passava a existir a palavra "limitação".
Eu sabia que tinha um problema renal, mas nunca levei muito à sério (é aí que eu digo que informação nunca é demais). Um dia, porém, o negócio ficou bem sério mesmo, estava trabalhando quando recebi o telefonema do hospital que teria que comparecer lá, no dia seguinte, para implantar um catéter na barriga e começar a dialisar, um susto!!! Tinha ido na consulta de rotina naquela semana e os exames estavam muito alterados e blá blá blá, resumindo: Tive que pegar licença do trabalho para tratamento de saúde, seguir uma dieta mais rígida, ficar metade do meu dia presa á uma máquina e por aí vai...
Após 2 anos dialisando e vendo que não entraria nunca na fila de transplante no RJ, fui fazer uma perícia médica do trabalho e a médica me deu a dica de ir para São Paulo que lá seria mais fácil entrar na fila de doador cadáver, já que não tinha doador vivo. Mas meu marido só conseguiu tranferência do trabalho para Brasília, conversei com meu nefrologista que, fazendo a comparação, admitiu que a captação de órgãos em Brasília é bem melhor que a do RJ.
E aqui estou eu! Morando em Brasília, com meu marido e filho de 5 anos, não conheço muita gente e já estou aqui há 1 ano e 2 meses. Enfim, estava entediada e ao mesmo tempo com vontade de fazer alguma coisa importante. E assim surgiu a ideia do Blog, mas deixo claro que tudo é baseado na minha experiência de vida e ainda estou lutando com a tecnologia para que ele fique um Blog interessante, cativante, bonito e, acima de tudo, objeto de conscientização e esclarecimento.
E só para título de esclarecimento ainda não consegui fazer a inscrição na fila de transplante daqui por causa de um probleminha no fígado que está sendo investigado.
Estou bem mais feliz assim, tendo o que fazer. Com o decorrer dos posts do Blog, quem for acompanhando, perceberá que levo a vida normal, porém com limitações, saio e curto com meu marido e amigos, viajo, danço, brinco com meu filho, cuido da casa, cuido dos meus dois garotões (marido e filho), etc. O que não faço? O que não pode, quer dizer, às vezes faço o que não pode também. Tenho que viver, né?
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Michele Siqueira
A Paz!
